15 Livros de romance brasileiro que marcaram a literatura

Atualizado em 17 de março de 2025 por Natália V.

Alguns livros são tão marcantes que atravessam gerações, sendo lidos, relidos e discutidos por décadas – ou até séculos.

Nesta lista, reunimos os melhores livros de romance brasileiro que ajudaram a construir nossa literatura.

Alguns se tornaram clássicos rapidamente, outros demoraram anos para serem reconhecidos, mas todos deixaram sua marca.

Talvez você já tenha lido alguns, talvez descubra outros agora, mas o mais interessante de listas como essa é que não existe uma resposta definitiva.

Cada leitor tem seus favoritos, e a literatura vive desse debate. Por isso, essa seleção não é um veredito final, mas um convite para conhecer (ou revisitar) histórias de escritores que moldaram a literatura brasileira.

Livros de romance brasileiro:

Senhora – José de Alencar (1875)

A Moreninha – Joaquim Manuel de Macedo (1844)

Inocência – Visconde de Taunay (1872)

Lucíola – José de Alencar (1862)

Memórias Póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis (1881)

O Cortiço – Aluísio Azevedo (1890)

O Ateneu – Raul Pompéia (1888)

O Quinze – Rachel de Queiroz (1930)

São Bernardo – Graciliano Ramos (1934)

Menino do Engenho – José Lins do Rego (1932)

O Tempo e o Vento – Érico Veríssimo (1949-1975)

A Hora da Estrela – Clarice Lispector (1977)

Barba Ensopada de Sangue – Daniel Galera (2012)

Torto Arado – Itamar Vieira Junior (2019)

O Avesso da Pele – Jeferson Tenório (2020)

Por que os clássicos brasileiros são tão importantes, mas pouco lidos?

Muita gente passa a vida sem ler um clássico da literatura brasileira. E, quando lê, muitas vezes foi porque teve que fazer isso na escola.

O problema é que, para muitos, essa experiência não foi das melhores. Afinal, quantas vezes você já ouviu alguém dizer que “Memórias Póstumas de Brás Cubas” é chato ou que “O Cortiço” é difícil de entender?

A verdade é que os clássicos da literatura brasileira não são entediantes – mas o jeito que eles são apresentados pode ser. Quando um livro se torna uma obrigação, sem contexto, sem explicação, ele perde seu encanto.

O que poucos percebem é que essas histórias continuam extremamente atuais, cheias de reflexões sobre a sociedade, o amor, o poder, a desigualdade e a identidade.

Para isso, organizamos os livros por época, destacando como a literatura evoluiu e quais histórias ainda fazem sentido para os leitores atuais.

Se você já teve dificuldade com clássicos no passado, essa pode ser a chance de redescobrir essas histórias de um jeito diferente. Confira!

Livros clássicos de romance brasileiro: (romantismo de 1836 a 1881)

O Romantismo no Brasil trouxe histórias que exaltavam a natureza, o amor idealizado e a formação da identidade nacional. Esse período é marcado por narrativas com heróis apaixonados, conflitos sociais e o embate entre sentimentos e regras da sociedade.

Senhora – José de Alencar (1875)

Senhora é um dos romances mais conhecidos de José de Alencar e um dos grandes clássicos da literatura brasileira.

Aurélia Camargo, é uma jovem bela e inteligente que, após ficar rica, decide se vingar de seu antigo amor, Fernando Seixas. No passado, Fernando a abandonou para se casar com uma mulher rica, já que ele priorizava a ascensão social acima do amor.

No entanto, com sua nova fortuna, Aurélia usa o dinheiro para comprá-lo como marido, em um casamento arranjado onde ela tem o controle total.

Com o tempo, a relação entre os dois se torna um jogo de orgulho e ressentimento, onde ambos precisam lidar com seus sentimentos e a realidade de um casamento que começou por dinheiro, mas que ainda carrega vestígios de um amor verdadeiro.

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A Moreninha – Joaquim Manuel de Macedo (1844)

Uma das primeiras obras da literatura brasileira, “A Moreninha” conta a história de Augusto, um jovem estudante de medicina que aceita a aposta de seus amigos de que jamais se apaixonaria.

Durante um feriado na ilha de Paquetá, ele conhece Carolina, a doce e misteriosa moreninha, sem saber que ela guarda um segredo do passado.

A partir desse encontro, a vida de Augusto muda completamente, e ele se vê dividido entre suas convicções e os sentimentos que começam a surgir.

Esse romance é leve, divertido e traz uma visão sobre o amor juvenil.

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Inocência – Visconde de Taunay (1872)

Narrando o amor proibido entre Inocência e Cirino, um jovem estrangeiro que a encontra no sertão, essa obra equilibra lirismo e realismo, mostrando um Brasil interiorano cheio de costumes rígidos e imposições sociais.

A jovem Inocência, criada sob a vigilância severa de seu pai, Pereira, representa a pureza e a ingenuidade em um mundo dominado por regras patriarcais.

Cirino, um modesto prático de farmácia que se hospeda na casa da família, se apaixona por ela, mas precisa enfrentar os obstáculos impostos por um casamento arranjado e pela honra da família.

A descrição da paisagem brasileira e os desafios enfrentados pelos personagens fazem deste um livro marcante da época, trazendo um retrato sensível das tradições e das limitações impostas às mulheres na sociedade do século XIX.

Além disso, a obra de Visconde de Taunay combina elementos da literatura romântica com um olhar atento às realidades regionais, criando uma narrativa envolvente e atemporal.

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Lucíola – José de Alencar (1862)

Lucíola é um livro que fala sobre amor, escolhas e julgamentos. A história acompanha Paulo, um jovem que se apaixona por Lúcia, uma mulher que vive de um jeito diferente do que a sociedade daquela época aceitava.

Mesmo gostando muito dela, Paulo sente dificuldade em aceitar seu passado, porque as pessoas ao seu redor dizem que ele não pode amar alguém como Lúcia. Mas, conforme a história avança, ele começa a enxergá-la de verdade, sem os preconceitos dos outros.

José de Alencar mostra que nem sempre as pessoas são aquilo que os outros dizem e que todo mundo merece uma segunda chance. Esse livro faz a gente pensar sobre como julgamos os outros e sobre o que realmente importa no amor.

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Realismo e Naturalismo (1881 a 1920)

Esse período marcou uma mudança na literatura, com narrativas mais críticas à sociedade e uma abordagem mais realista dos conflitos humanos. Os romances passaram a explorar questões como desigualdade, hipocrisia e transformações sociais.

Memórias Póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis (1881)

Um dos livros mais inovadores da literatura brasileira, Memórias Póstumas de Brás Cubas é narrado por um defunto, que conta sua vida com sarcasmo e ironia.

Machado de Assis desconstrói o herói romântico e apresenta um protagonista cínico, revelando os vícios e contradições da elite brasileira. Uma leitura provocativa e cheia de reflexões, que questiona valores como ambição, poder e vaidade.

Brás Cubas, um homem privilegiado que nunca precisou se preocupar com dificuldades reais, narra suas memórias sem qualquer arrependimento ou humildade, mostrando como sua vida foi marcada pelo egoísmo e pela indiferença ao sofrimento dos outros.

Com isso, Machado de Assis brinca com a ideia de sucesso e fracasso, fazendo o leitor refletir sobre o verdadeiro sentido da vida e da morte.

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O Cortiço – Aluísio Azevedo (1890)

Essa obra mergulha na realidade das classes mais pobres do Rio de Janeiro no século XIX, retratando a vida em um cortiço.

A história acompanha João Romão, um homem ambicioso que constrói sua riqueza às custas da exploração alheia. Aluísio Azevedo mostra as desigualdades da sociedade e a luta diária dos trabalhadores urbanos, destacando as condições precárias em que viviam e as dificuldades enfrentadas para sobreviver.

O cortiço se torna quase um personagem próprio, representando um espaço de miséria, violência e resistência. Nele, diferentes personagens vivem histórias marcadas pela injustiça, pelo preconceito e pelo desejo de ascensão social.

A obra critica a opressão dos mais pobres e revela como a sociedade da época favorecia os poderosos, perpetuando a exploração e a desigualdade.

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O Ateneu – Raul Pompéia (1888)

O romance acompanha a trajetória de Sérgio, um jovem que entra para um colégio interno e descobre um ambiente repleto de regras, rivalidades e descobertas pessoais.

Ao longo da história, Sérgio enfrenta desafios que testam sua inocência e moldam sua visão de mundo, passando por experiências que o fazem amadurecer e compreender a complexidade das relações humanas.

Com uma narrativa introspectiva e poética, a obra é um dos primeiros romances psicológicos da literatura brasileira.

O Ateneu não é apenas uma história sobre juventude, mas também um retrato das pressões sociais e da transição da infância para a vida adulta.

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Modernismo e Regionalismo (1922 a 1950)

O Modernismo trouxe mais liberdade na escrita e críticas ao conservadorismo. Já o Regionalismo focou nas histórias do Brasil profundo, especialmente no sertão e no interior.

O Quinze – Rachel de Queiroz (1930)

A dura realidade da seca no Nordeste é retratada de forma emocionante neste romance. A história acompanha Conceição e Vicente, que lidam com os desafios da miséria e da migração forçada.

Rachel de Queiroz narra a luta dos sertanejos com uma escrita envolvente, dando voz a um Brasil muitas vezes esquecido. A seca, mais do que um cenário, se torna um personagem implacável, determinando o destino de famílias inteiras que precisam abandonar suas terras em busca de sobrevivência.

Enquanto Vicente representa o sertanejo resiliente, que luta para permanecer em sua terra, Conceição, uma jovem educada da cidade, reflete o conflito entre a tradição e a modernidade.

A história expõe as dificuldades da vida no sertão, mas também a força e a dignidade de seu povo, tornando O Quinze um dos romances mais marcantes do regionalismo brasileiro.

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São Bernardo – Graciliano Ramos (1934)

A história de Paulo Honório, um homem que constrói sua fortuna com muito esforço, mas se vê perdido em conflitos internos e relações frias.

Ao conquistar a fazenda São Bernardo, ele acredita ter alcançado o sucesso, mas sua obsessão pelo controle e sua incapacidade de demonstrar afeto o levam a uma existência solitária e infeliz.

Graciliano Ramos apresenta um protagonista brutal e ambicioso, trazendo uma crítica social forte sobre a busca desenfreada por poder e riqueza.

A narrativa seca e direta reflete a dureza do protagonista, tornando sua trajetória ainda mais impactante. O romance questiona até que ponto o sucesso material pode realmente trazer felicidade e mostra como a falta de empatia pode transformar um homem forte em alguém isolado e vazio.

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Menino do Engenho – José Lins do Rego (1932)

Carlos é um menino que cresce em um engenho de açúcar no Nordeste, um lugar cheio de plantações e pessoas trabalhando. No começo, ele vê tudo com curiosidade e alegria, brincando pelos campos e descobrindo o mundo ao seu redor.

Mas, conforme ele vai crescendo, percebe que as coisas estão mudando. Os engenhos, que antes eram cheios de vida, começam a ficar vazios e menos importantes.

As pessoas vão embora em busca de uma vida melhor, e Carlos começa a entender que o tempo passa e as coisas nunca ficam do mesmo jeito para sempre.

Com uma escrita sensível e envolvente, José Lins do Rego não apenas retrata a decadência dos engenhos, mas também a transição de um país que começa a deixar o passado colonial para trás.

Menino do Engenho é um relato ao mesmo tempo poético e crítico sobre a memória, o crescimento e as desigualdades que moldaram o Brasil.

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Literatura Contemporânea (1950 até hoje)

A literatura contemporânea traz uma linguagem mais livre e histórias que exploram a subjetividade, a identidade e as relações humanas.

O Tempo e o Vento – Érico Veríssimo (1949-1975)

Uma saga monumental que acompanha a trajetória de diversas gerações da família Terra Cambará, no Rio Grande do Sul. Misturando ficção e fatos históricos, Veríssimo cria uma narrativa envolvente sobre guerras, política e identidade.

A história mostra como a família vai crescendo e mudando ao longo dos anos, enfrentando batalhas, fazendo amizades e tomando decisões que afetam o futuro. Cada personagem vive em um tempo diferente e precisa lidar com desafios da sua época, desde lutas por terras até mudanças na cidade e na forma como as pessoas vivem.

Ao longo do livro, vemos como as escolhas das pessoas do passado influenciam as gerações seguintes e como o Brasil também muda junto com elas.

É uma história cheia de aventura, emoção e momentos marcantes que ajudam a entender como o país foi se formando.

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A Hora da Estrela – Clarice Lispector (1977)

Macabéa, uma jovem nordestina e inocente, busca uma vida melhor no Rio de Janeiro, mas acaba se deparando com a solidão, ilusões e as dificuldades da cidade grande.

Macabéa é uma moça simples, que não entende muito bem o mundo ao seu redor e tenta encontrar felicidade em pequenas coisas, como ouvir rádio e tomar Coca-Cola.

Mesmo enfrentando muitos desafios, ela segue em frente sem reclamar, acreditando que a vida pode melhorar. Sua história nos faz pensar sobre como algumas pessoas passam despercebidas pelos outros e como, muitas vezes, a vida pode ser dura e cheia de incertezas.

Clarice Lispector constrói uma narrativa sensível e introspectiva, levando o leitor a refletir sobre a fragilidade da existência.

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Barba Ensopada de Sangue – Daniel Galera (2012)

Um romance sobre um homem que parte em uma jornada para descobrir sua identidade e entender o passado de sua família.

Com uma escrita intensa e envolvente, Daniel Galera cria um protagonista marcado por silêncios e memórias nebulosas, enquanto percorre o litoral brasileiro. Ele viaja para um lugar onde seu avô viveu e tenta juntar as peças de sua história, entendendo quem ele realmente é.

Pelo caminho, encontra pessoas diferentes, conhece novas paisagens e enfrenta desafios que o fazem pensar sobre a vida. A história mostra que, às vezes, para entender quem somos, precisamos olhar para o passado e escutar as histórias de quem veio antes de nós.

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Torto Arado – Itamar Vieira Junior (2019)

Vencedor do Prêmio Jabuti, o livro aborda temas como ancestralidade, luta de classes e a relação do homem com a terra. As irmãs crescem em um lugar simples, onde as pessoas trabalham muito para sobreviver. Elas aprendem desde pequenas que a terra onde vivem tem uma história antiga, cheia de segredos e tradições.

Com o tempo, elas percebem que nem sempre a vida é justa e precisam lutar para garantir seus direitos e o futuro da família. A história mostra como as raízes das pessoas são importantes e como cada geração carrega consigo as histórias daqueles que vieram antes.

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O Avesso da Pele – Jeferson Tenório (2020)

Um jovem que, ao perder o pai, um professor negro assassinado pela polícia, revisita sua história familiar e as injustiças enfrentadas por gerações.

Uma narrativa forte e emocionante sobre racismo, memória e identidade. O protagonista começa a lembrar das histórias que seu pai contava, das dificuldades que ele enfrentou e de como, mesmo assim, nunca desistiu de ensinar e ajudar outras pessoas.

Conforme descobre mais sobre o passado de sua família, ele entende que a cor da pele pode mudar a forma como as pessoas são tratadas e percebe que as injustiças não começaram com seu pai, mas vêm acontecendo há muito tempo.

O livro mostra a importância de lembrar dessas histórias e lutar para que todos sejam tratados com respeito e igualdade.

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